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Mostrando postagens de 2015

Divagações sobre o final do ano

Sempre que chega o mês de dezembro me pego fazendo uma retrospectiva mental sobre o ano que está chegando ao fim, ao mesmo tempo que começo a fazer planos pro ano seguinte. Acho intrigante esse efeito simbólico que a mudança no calendário causa na gente. Esse ano foi muito confuso no cenário político brasileiro,  muitos retrocessos e incertezas. Um sentimento de desânimo e desinteresse tomou conta de mim e me pergunto se há uma luz no fim do túnel. Pessoalmente foi um ano muito bacana. Reencontrei pessoas muito amadas, viajei e a família cresceu. Vi amigos darem importantes passos na vida pessoal e profissional. Também vi outros sofrerem sem poder ajudar e isso me despertou pra fragilidade da vida e da efemeridade das situações. Tudo muda num piscar de olhos. Numa hora nasce um bebê pequeno e indefeso, na outra ele já está te surpreendendo com uma frase completa e sinais de independência.  É incrível como um simples sorriso antes de dormir pode nos alegrar depois de vários dias rech

Em Boca Fechada Não Entra Mosquito

Estar grávida é uma experiência incrível, muita expectativa, várias mudanças físicas e emocionais... mas também é uma época que ouvimos vários comentários desagradáveis que muitas vezes nos deixam triste e chateadas. Por mais que a pessoa esteja tentando apenas fazer uma brincadeira pra descontrair, é ideal ter um pouco de cautela para não levar uma patada se tornar inconveniente e até ofensivo ao falar com a gestante. Segue abaixo alguns comentários que você não deve fazer com uma grávida: 1 - Nossa, que barriga enorme!!! Tem certeza que não são dois? 2 - Sua barriga está muito grande/baixa/redonda, seu bebê vai nascer antes da hora. - Gente, nunca, NUNCA diga pra uma grávida que o bebê dela vai nascer antes da hora. Prematuridade é um fator de risco pra várias complicações e toda grávida tem pavor que isso aconteça! 3 - Você vai comer só isso/tudo isso?  - Eu sei quanto quero/preciso comer. Obrigada! 4 - A gente engorda neném fora da barriga, não é dentro não, viu? -

Tem mais pão no forno*

Estava eu feliz e contente, já bastante acostumada com a rotina de cuidar de um bebê sapeca, em pleno desenvolvimento no alto dos seus 12 meses quando começamos a pensar em encomendar mais um. É engraçado como a vida da gente muda depois da chegada de uma criança. Primeiro vira um caos,  parece que nunca mais teremos tempo pra descansar ou assistir um filme, mas de repente tudo vai entrando nos eixos, o bebê vai ficando mais independente e novos planos surgem. Decidimos então aumentar a família e rapidamente tínhamos o positivo nas mãos. O início da gravidez foi meio atribulado com dores, enjôo e mal estar, mas agora já está tudo mais tranquilo. As reações dos amigos e familiares vão desde felicitações entusiasmadas até espanto, pena e repulsa. Muitas pessoas dizem não querer mais de um filho por causa dos custos. Dizem: "criança sai muito caro".  Realmente, os gastos com alimentação, roupas, remédios, educação pesam no orçamento. Também não tenho nada contra a escolha d

A Difícil Tarefa de Ser Julgado(a) o Tempo Todo

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Outro dia estava num almoço de família, no qual estavam várias mães e suas crianças. Uma delas, que é sempre ativa e falante estava amoadinha e sonolenta. Sua mãe disse que ela teve febre durante toda a noite e ainda estava indisposta e cansada. O almoço era em comemoração a uma data especial e demorou pra ficar pronto. Todas as crianças já haviam beliscado todos os petiscos possíveis e estavam famintas. A criança em questão estava num quarto a parte, cochilando. Sua mãe, antes de servir o próprio almoço, preparou uma mamadeira e ia levando tranquilamente para o quarto quando outra mãe questionou em alto e bom som: -Você vai dar mamadeira pra fulaninha na hora do almoço?! -É que ela tá com febre. Não dormiu nada de noite.  Tá dormindo agora. Sem parecer ter ouvido nenhuma palavra do que a primeira mãe tinha falado, ela continuou: -Eu não daria de jeito nenhum. Hora de almoçar é sagrado.  Meu filho almoça e janta super bem. Tem 1 ano e meio e já nem toma mamadeira... A m

Para Daniel

Era uma vez um menino que não gostava de dormir Seus olhinhos fitam um mundo a descobrir Mesmo sem dentes vive a sorrir Com gargalhadas generosas Deixa a vida mais gostosa Com suas pequenas mãos tocou meu coração Que de tão feliz se atreve a ser aprendiz e até poesia se arrisca a escrever Pra demonstrar o quanto amo ser mãe desse pequeno ser. Jacqueline Ferreira 05/09/14

Estou ocupado

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Estranho como estamos cada vez mais ocupados, cada vez com menos tempo livre, mesmo com tantas facilidades que a vida moderna oferece. Estamos constantemente fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo, conectados praticamente 24H por dia, mas estamos também mais distraídos e superficiais. É inegável que temos várias coisas pra fazer: trabalhar, estudar, cuidar da casa,  olhar o extrato bancário, ver um filme, passear com o cachorro, brincar com as crianças, ir à igreja... porém sinto que a necessidade do instantâneo, de se mostrar e receber a atenção do outro, ainda que por meio de um frio clique no jóia,  está roubando a nossa real interação com as pessoas. Essa distância que estamos criando não é física, pois nisso a tecnologia nos ajuda.  Falo frequentemente com minha irmã e sobrinho que vivem do outro lado do oceano. A distância é afetiva. É mais importante dar check in no cinema e postar uma foto com o balde de pipoca do que assistir o filme. Temos tanta urgência em exibir noss

Um aninho

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Há um ano atrás mesmo horário não conseguia encontrar posição pra pra dormir devido ao início das contrações. Algumas horas depois nascia Daniel, com seus expressivos olhos castanhos e bochechas rosadas.  É até difícil acreditar que foi apenas um ano que passou desde o dia em que ele chegou, tamanhas foram as mudanças e intensidade das emoções. Ficamos sem dormir, dormimos juntinhos, chorei de can saço, medo e preocupação. Senti orgulho de suas pequenas conquistas, aprendi a decifrar e entender seus desejos e conheci um amor que não cabe no peito. Cheguei a duvidar se gostaria da minha nova vida tão intensamente dedicada ao cuidado de outro ser. Hoje sou grata e feliz pela oportunidade de vivenciar tudo isso, por ter você em nossas vidas e pelo seu primeiro aniversário. Parabéns, Dandan!

Superando o vício de reclamar

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Outro dia, estava lendo matérias na internet enquanto neném cochilava e me deparei com uma interessante proposta: ficar uma semana sem reclamar . Inicialmente parece fácil, mas para obter sucesso era necessário não verbalizar nem reclamar mentalmente. Cada vez que isso ocorresse, deveria reiniciar a contagem.  Tive que recomeçar a semana algumas vezes, demorando no total 11 dias para completar o desafio. Confesso que achei que demoraria mais, mas percebi que reclamar é um vício e que podemos superá-lo. Muitas vezes damos mais importância do que deveríamos para pequenas coisas e ficamos ecoando a reclamação ao invés de resolver o problema de uma vez. Confirmei também algo que já sabia: às vezes reclamamos apenas para descontar nossa frustração, afinal não há nada que possa mudar aquela situação. E para falar a verdade, ninguém gosta de gente que coloca defeito em tudo ou fica num mimimi sem fim. Não me tornei um monge depois do desafio, mas continuo tentando reclamar menos a cad

Esse tal de feminismo

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Tenho pensado muito sobre a importância do feminismo ultimamente e como o empoderamento feminino pode mudar o rumo da sociedade em vários aspectos. Talvez porque muito tem se falado sobre a legalização (ou não) do aborto nas redes sociais. Ou talvez sobre meu caminho de estudo e busca por empoderamento no parto e maternagem. Essas mudanças tem me deixado com vontade de falar sobre o assunto, mas mais do que isso, me aproximou das outras mulheres que como eu sofrem com o peso do machismo e sexismo todos os dias. Desde crianças, somos ensinadas a nos portar como damas, falar de maneira delicada, não estar em determinados ambientes, fazer atividades domésticas e relacionadas ao cuidado do outro. Parece uma bobagem, mas quando damos um bebê de brinquedo e panelinhas pra uma menina, não estamos tornando-a efetivamente capaz de cozinhar e cuidar de um bebê na vida real, mas estamos aumentando sua auto confiança na realização dessas atividades. Não haveria o menor problema se não exist

Sou ignorante

Eu assumo. Sou ignorante.  Desconheço vários assuntos.  Sei muito pouco sobre carros e economia.  Sei menos ainda sobre uma infinidade de coisas. Quando eu tinha uns 18 anos me achava super inteligente. Pensava que tinha opinião formada sobre quase tudo. Não hesitava em dizer de imediato o que pensava sobre o que fosse a bola da vez.  Aos poucos, conforme passei por diferentes situações e conhecendo as mais diversas pessoas fui perdendo essa certeza que eu achava que tinha. Repensei sobre várias posturas e me dei conta que as pessoas vivem realidades que eu nem imaginava. Por isso não devo julgar ninguém e sim tentar compreender. Porque eu só sei como é ser eu. Não posso saber como é ser o outro. E mesmo sendo sempre eu, percebo que já mudei muito... O mais interessante disso tudo é que perder a certeza gera insegurança, vergonha, medo... Mas é exatamente o medo que nos faz sair do lugar onde estamos, buscar conhecimento, novos ares, novas perspectivas.  Um conhecido meu disse

O cansaço nosso de cada dia

Desde que meu baby nasceu minha principal atividade tem sido cuidar dele. Quem tem criança pequena em casa sabe como é cansativo cuidar de um bebê, principalmente nos primeiros meses. Apesar de querer muito minha cama no fim do dia, o cansaço me afeta de formas diferentes. Tem dias que fico exausta e muito rabugenta.  Só penso nas coisas que não saíram como eu planejava e tenho vontade de gritar.  Tem outros dias que mesmo caindo de sono me sinto satisfeita e grata pelo dia que passou e pelos desafios vencidos. Na verdade, percebi que isso tem muito mais a ver com minha postura do que com os fatos ocorridos no dia. É claro que é difícil manter o bom humor quando o filho teve um ataque de birra daqueles ou quando ficamos horas presos no trânsito,  mas nos perguntar: "o que eu posso fazer para mudar essa situação?"  Tentar desviar o foco do problema também pode salvar nosso dia.  Sair pra dar uma volta na rua, ouvir música ou ler são coisas que me ajudam a lidar com o