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Mostrando postagens de 2016

A gente não quer só comida

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Comer não é apenas apenas matar a fome. Comer é uma atividade social e muitas vezes afetiva. Somos convidados para festas e eventos onde encontramos verdadeiros banquetes esperando para serem degustados. Para alguns, comer é algo sem grande importância,  para outros, como eu,  é fonte de prazer, mas também preocupação. Meus hábitos alimentares estavam bastante desregrados e com vários casos de sobrepeso,  diabetes e hipertensão na família resolvi prestar mais atenção nesse aspecto e procurar uma nutricionista. Já havia feito dieta uma vez e tido bons resultados.  Agora,  depois de duas gestações, meu peso estava bem acima do ideal e senti que era hora de me alimentar melhor. Sou sedentária e não tenho no momento tempo nem disposição para iniciar uma atividade física. Então o jeito é cuidar do que como.  Tenho observado comentários e reações interessantes sobre esse processo e vou listar a seguir o que mais me chamou a atenção: O 1 - Mudar hábitos não é fácil. É necess

Um peixe fora d'água

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Sempre me senti um pouco diferente da maioria das pessoas que me cercam. Tenho gostos peculiares desde a infância e ouço que sou madura desde muito pequena. Quando criança, gostava de ver o por do sol. Na adolescência, preferia ler e ouvir música ao socializar ou praticar esportes. Mesmo sendo muito extrovertida e adorar jogar conversa fora, não são raros os momentos que me sinto deslocada e as vezes até inadequada.  Durante muito tempo falava tudo o que pensava e acabava criando desafetos e conflitos sem necessidade. Hoje em dia me controlo um pouco mais, mas tenho me sentido cada vez mais só.   Me tornar mãe causou uma grande mudança interna e me fez repensar interesses e prioridades.   Ter filhos é divertido, alegre e nos enche de amor, mas também é cansativo, frustrante e solitário. Mesmo quando temos companheiros nessa viagem.   É solitário porque por mais que outras pessoas também tenham filhos, a relação é somente entre você e seu filho. E isso é único. Não tem

Porquê não uso "paninho"

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-Nossa, ela já tá no peito de novo?? -Tá mamando até agora?? -Essa menina só fica no peito!   -Por quê você não cobre com um paninho?   Quando meu primeiro filho nasceu, pensei que iria amamentar sem nenhum problema até ficar grandinho. Pra mim amamentar sempre foi um desejo e algo natural.   Mary Cassatt (1844-1926) Você pode imaginar minha decepção e após o desmame precoce aos 18 dias de vida. Me senti injustiçada, desamparada e mal informada. Não gostava de falar sobre o assunto e sentia vergonha de dar mamadeira em público nos primeiros meses. Era como se a mamadeira fosse a prova do meu fracasso. Demorei pra elaborar essas questões e começar a ler e pesquisar sobre amamentação. Descobri que um dos motivos do meu insucesso era a vergonha/pudor de amamentar em público. Passei a observar mulheres amamentando e tentar ressignificar a imagem do seio nu na minha mente. Sim, o mesmo peito que alimenta um bebê é o que ostentamos num decote. Mas o contexto é o

Pokémon Go, Jogos Olímpicos e Militância na internet

A interação social por meio das redes sociais e aplicativos de troca de mensagens como o whatsapp se tornou tão comum na nossa vida que considero que a maioria das pessoas possui duas identidades: a real - offline, cara a cara, e a virtual, que aparece quando estamos conectados á internet. Muitas vezes essas duas identidades são completamente diferentes. Na virtual somos corretos, politizados, livres de preconceitos, divertidos e até baladeiros. Na real, mal humorados, sedentários, vamos empurrando as obrigações com a barriga e não temos a menor disposição para nos inteirarmos dos problemas na comunidade, muito menos em alguma maneira de resolvê-los. É claro que essa é uma generalização e eu me incluo nela. Publico muito mais momentos felizes, ou pelo menos, mostro apenas o que quero mostrar. Deixo a preguiça, impaciência e birras restritas ao convívio  dos mais íntimos. No entanto, tenho observado que cada vez mais a identidade virtual influencia as relações na vida real. Já fiqu

Ai ai que leitinho bom...

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" Um leitinho é muito bom. Um leitinho pro bebê Um leitinho é muito bom Para mim e pra você..." Estamos há dois meses com amamentação exclusiva e livre demanda. Viva!  pra mim é uma alegria conseguir amamentar minha segunda filha, principalmente não tendo conseguido amamentar meu primeiro. Talvez você já tenha amamentado ou tido alguém próximo que amamentou e saiba o que eu vou falar aqui, mas se você nunca passou por essa experiência, vou te confidenciar uma coisa: amamentar é mais difícil que parir. E olha que parir hoje no Brasil não tá nada fácil... A primeira coisa que torna a amamentação tão penosa é a insegurança. E não existe bichinho mais inseguro que mãe de primeira viagem. Qualquer coisa que acontece já nos deixa desesperadas, pensando no que estamos fazendo de errado e se não tivermos muito apoio a amamentação tende ao fracasso. Outra coisa que pode comprometer o aleitamento é a desinformação ou informações incorretas. Sim, os pintacos e comentá

O quarto de Jack

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Essa última semana foi punk. Luto na família, tristeza profunda pela violência que parece não ter limites, descrença com a situação política do país e um resfriado pra acabar com qualquer resquício de ânimo que eu ainda tivesse. Como os planos de passear no final de semana arruinados, o jeito foi ficar em casa para me recuperar e ajeitar as coisas por aqui. Mas tudo na vida tem seu lado positivo, mesmo quando as coisas parecem sem solução. É exatamente sobre isso que se trata o filme o quarto de Jack (Room, 2015). Sinopse:  Joy (Brie Larson) e seu filho Jack (Jacob Tremblay) vivem isolados em um quarto. O único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick (Sean Bridgers), que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no local, mas não vê a hora de deixá-lo. Para tanto, elabora um plano em que, com a ajuda do filho, poderá enganar Nick e retornar à realidade. Joy consegue transformar o quarto em um mundo

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...

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A vida anda corrida. Talvez o ritmo frenético de cuidar de duas crianças pequenas e manter a vida doméstica minimamente organizada estejam contribuindo pra esse sentimento de que o tempo está voando.  Planejo passar os momentos finais do dia curtindo meus amados, mas na maioria das vezes, já estamos tão cansados que adormecemos sem perceber. É uma fase, eu sei. Mas gostaria de ter mais tempo ao lado dos que amo. Mais tempo antes que meus pequenos cresçam, mais tempo antes que o feriado termine e que o passeio e as brincadeiras dêem lugar a rotina massacrante. A vida é um sopro e às vezes termina sem que tenhamos tido tempo pra aquele telefonema ou pra aquele reencontro que estamos planejando há tempos. Hoje eu gostaria de ter mais tempo...

Envelheço na cidade

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Sempre gostei de fazer aniversário. Receber Abraços, telefonemas e mensagem me alegram e fazem sentir especial. Geralmente celebro com a família e amigos. Mesmo sendo uma dia agradável, existe uma certa ansiedade no ar. Acabo criando expectativa em relação a quem irá lembrar de me felicitar ou virá na comemoração. Esse foi meu primeiro aniversário como mãe de duas crianças. Não criei expectativas. Apenas aproveitei o dia. Li cada mensagem carinhosa com satisfação, almocei com minha família e passeamos com os meninos no parque. Senti profunda alegria de ver meu pequeno se divertindo, mas também uma pontinha de nostalgia ao pensar que não muito tempo atrás a criança era eu e que logo eles não serão mais crianças também. Fiquei feliz com cada palavra e demonstração de afeto que recebi ontem, mas também fiquei com o coração pequenininho de saudade e vontade de reencontrar pessoas tão amadas que estão distantes ou que não vejo a algum tempo. Como diria Zeca Baleiro: "A saudade é pre

Dois aninhos!

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Dandan, Esse mês você completou dois anos de vida. Posso dizer que completei dois anos da minha nova vida também. Desde que você nasceu, convivemos intensamente. Passamos vários dias e noites ao lado um do outro. Fomos nos conhecendo e aprendendo a nos entender. Ainda me esforço pra compreender seu vocabulário, que está aumentando diariamente, mas já temos uma comunicação que vai além das palavras. Como você está crescendo rápido! Já consegue fazer várias coisas sozinho, conta caso e mostra sua personalidade e preferências a todo instante. Já tem seus próprios amigos e cativa todos a sua volta com sua alegria e energia. Eu também aprendi muitas coisas com você, meu amor. Aprendi a priorizar, a pedir ajuda, a cuidar de outra pessoa, mesmo quando eu não estou legal. Aprendi a curtir as pequenas conquistas e olhar mais atentamente as coisas simples. As vezes brigamos e nos chateamos um com o outro. Mas depois nos entendemos novamente e buscamos aconchego num abraço que de tão gos

O Nascimento de uma Flor: Relato de Parto Natural Humanizado

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Desde que  Daniel nasceu , há quase dois anos, venho me interessando e buscando cada vez mais informações sobre a situação obstétrica do Brasil e o parto humanizado. Infelizmente, ter um parto normal hoje em dia não é algo tão comum no nosso país e quando ele acontece, geralmente, vem acompanhado de um monte de intervenções desnecessárias, dolorosas e traumatizantes.  À medida que fui me aprofundando no assunto, percebi que, apesar de ter tido um parto normal, como desejava, gostaria que muitas coisas fossem diferentes se tivesse a chance de ter outro filho. Assim que decidimos encomendar um segundo baby comecei a pesquisar diariamente sobre parto natural humanizado e a discutir com o marido sobre o que desejávamos para esse momento. Optei por fazer meu pré-natal em uma  maternidade do SUS, que é referência em parto humanizado no Brasil .  A gestação da nossa Lis foi tranquila. Além de ler muitos textos sobre parto, fizemos um plano de parto e eu fazia  massagens, escald

Sobre amar e Recomeçar

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Hoje completo 37 semanas de gestação. Significa que a partir de agora nossa menina pode chegar a qualquer momento. Sinto uma mistura de alegria, ansiedade e uma certa nostalgia ao lembrar como é ter um recém nascido em casa e tudo que vamos passar novamente. Ter filhos pequenos é incrível. É viver no limite do cansaço,  da paciência, do caos, da fofura e do amor. Nosso filho mais velho está completando 1 ano e 11 meses hoje também. Como ele cresceu rápido e está se desenvolvendo a cada dia! Dá gosto de ver.  Às vezes atira objetos, fica bravo como um leão e tenta impor sua vontade a todo custo. Outras vezes corre pela casa nos chamando pra brincar, enchendo o ambiente com as mais deliciosas risadas. Mas o que eu mais gosto é o amor que ele nos oferece de maneira espontânea e nos permite retribuir na  mesma moeda. Sorri ao nos ver, abraça apertado e dá os beijos mais gostosos do mundo. De vez em quando essas maravilhosas demonstrações de amor vem logo em seguida de um ataque de bir

Amigos, amigos, encontros à parte

Essa semana encontrei uma amiga muito querida. Tomamos um café, botamos a conversa em dia e tivemos uma tarde muito agradável. Tudo fluiu muito naturalmente, ficamos até de marcar um cinema nos próximos dias. Nos conhecemos desde que ela era criança e eu adolescente. A afinidade continua a mesma desde sempre. Às vezes nos vemos com mais frequência, outras passamos meses sem nos falar. Não porque não nos importamos uma com a outra, mas porque tem momentos na vida que precisamos priorizar outras coisas. Também tenho outros amigos de longa data, uns desde a infância, outros do tempo da faculdade, mas que têm em comum essa mesma naturalidade. Trocamos apoio, divertimento e companhia. Sem cobranças.  A vida nos exige muitas coisas... Infelizmente, acabamos não tendo tempo ou até mesmo disposição para estarmos com todos que queremos. Mas isso não significa que queremos excluir as pessoas da nossa vida. Apenas precisamos ajustar nossas necessidades e possibilidades. Tem gente que encontram