Perguntara-me se acredito em Deus*
De acordo com o senso comum, religião não se discute. Mas pra mim, esse sempre foi um assunto muito interessante. Não gosto das discussões acaloradas que tem por pretensão dizer o que é certo ou errado, ao contrário, gosto de ouvir sobre as experiências que as pessoas tem com sua espiritualidade.
É fascinante observar as diversas possibilidades de crenças e como elas fazem diferença na vida das pessoas. Conheço pessoas que mudaram pra melhor depois que se converteram a determinda religião, mas também conheço pessoas que se tornaram insuportavelmente machistas, fundamentalistas e obssessivas pelo mesmo motivo.
Conversando com as pessoas é fácil notar como a crença espiritual é presente na nossa cultura. Na padaria ou numa consulta com o médico não é raro ouvir as expressões "vá com Deus" ou "se Deus quiser". Sempre me pego pensando nesse assunto. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão, mas fiz algumas observações que vou compartilhar com vocês:
1 - Não importa sua crença ou religião. Se você se sente melhor do que as outras pessoas, por qualquer motivo, você deveria rever seus conceitos;
2 - Nós nunca estamos prontos e finalizados (pelo menos não deveríamos). Sempre é tempo de repensar nossas posturas e tentar ser uma pessoa melhor;
3 - Devemos nos esforçar pra viver em paz e harmonia com as pessoas, especilmente com aquelas que vivem conosco e exatamente por isso esse é um desafio diário;
4 - Sempre que pudermos devemos ajudar alguém;
5 - Sempre devemos ser gratos (a Deus, a vida) pelas coisas que nos acontecem, sejam boas ou ruins, pois todas são oportunidades de aprendizado.
6 - O que passou, passou. Esqueça e bola pra frente!
7 - Tudo o que formos fazer, que façamos com boa vontade. Se for pra fazer com preguiça, má vontade, com cara de bosta fechada é melhor nem fazer;
8 -Exemplos valem mais do que palavras;
E por último e o mais difícil de todos: Ouvir. Apenas ouvir. Isso pode fazer a diferença pra quem fala e pra quem escuta. As vezes nós nem fazemos ideia do que as pessoas que estão ao nosso lado viveram e como podemos aprender com as experiências delas...
O título desse post faz referência ao livro "Perguntaram me se acredito em Deus*" do Rubem Alves. Essa é uma excelente leitura sobre o tema. Rubem alves propõe várias reflexões sobre Deus e a relação que temos com Ele. Recomento.
“Deus é como o vento. Sentimos na pele quando ele passa, ouvimos sua música nas folhas das árvores e o seu assobio nas gretas das portas. Na flauta, o vento se transforma em melodia. Mas não é possível engarrafá-lo. No entanto as religiões tentam engarrafá-lo em lugares fechados a que elas dão o nome de ‘casa de Deus’. Mas se Deus mora numa casa, estará Ele ausente do resto do mundo? Vento engarrafado não sopra. Deus nos deu asas. Mas a religião inventou gaiolas. Há pessoas que se sentem religiosas por acreditar em Deus. De que vale isto? 'Os demônios também acreditam e estremecem ao ouvir seu nome' (Tiago 2:19)
Tudo o que vive é pulsação do sagrado. As aves do céu, os lírios do campo. Até o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é uma música do Grande Mistério.
Não precisamos dizer o nome da rosa para sentir seu perfume. Não precisamos dizer o nome ‘mel’ para sentir sua doçura.” (Rubem Alves)
Não precisamos dizer o nome da rosa para sentir seu perfume. Não precisamos dizer o nome ‘mel’ para sentir sua doçura.” (Rubem Alves)
Não sou contra religiões. Nem ao fato de não ter uma religião. Eu mesmo tenho a minha, mas acho que devemos fazer o constante questionamento se estamos contribuindo e/ou crescendo onde estamos. Se sim, esse é o caminho. Se não, é sinal de que talvez devemos mudar de direção. Questione(se).
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