Chá da tarde

-Ei, como você tá? Sumiu...
-Tô bem. Nossa, tô na maior correria. Muitas coisas pra fazer.

Muito comum esse diálogo, seja virtual ou pessoalmente, todos correndo, atrasados, com muitos compromissos e pendências pra resolver. As vezes não dá tempo, ficamos com a sensação de incompletude. Outras precisamos priorizar, porque já sacamos que não daremos conta de fazer tudo, então fazemos apenas o mais urgente. 
Sempre fui uma pessoa que gosta de planejamento, organização. Muitas vezes me frustrei porque as coisas não saíram "do meu jeito" e o mal humor tomava conta de mim. Já desisti de projetos iniciados porque a realidade não correspondia ás minhas expectativas. 
Hoje tudo foi diferente do que eu pensei que seria. Peguei trânsito, esqueci de pegar um documento que iria precisar, fiquei esperando uma encomenda que não chegou (até agora), tantas tarefas domésticas pra fazer que nem sei por onde começar... Resolvi fazer um chá.


Esquentar a água, adoçar um pouco, alcançar a caixinha na prateleira para pegar o saquinho de chá. Vejo a água mudando de cor e exalando um conhecido aroma. Encaro o leãozinho pendente na xícara e penso em quantos leões matamos por dia, quantos ainda teremos que matar nos dias que virão. Muitos inesperados, inevitáveis... 
Penso no ditado: "Se correr o bicho pega" e lembro da importância de desacelerar um pouco, para não sermos engolidos pela rotina. Bebo o chá. O leão continua na xícara, mas agora parece mais manso. Acho graça do quanto uma simples xícara de chá me fez viajar e pensar num monte de coisas. Definitivamente não estou frustrada. Estou até me divertindo com os desacertos. A propósito, aceita um chá?

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