Estou ocupado

Estranho como estamos cada vez mais ocupados, cada vez com menos tempo livre, mesmo com tantas facilidades que a vida moderna oferece. Estamos constantemente fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo, conectados praticamente 24H por dia, mas estamos também mais distraídos e superficiais.
É inegável que temos várias coisas pra fazer: trabalhar, estudar, cuidar da casa,  olhar o extrato bancário, ver um filme, passear com o cachorro, brincar com as crianças, ir à igreja... porém sinto que a necessidade do instantâneo, de se mostrar e receber a atenção do outro, ainda que por meio de um frio clique no jóia,  está roubando a nossa real interação com as pessoas.
Essa distância que estamos criando não é física, pois nisso a tecnologia nos ajuda.  Falo frequentemente com minha irmã e sobrinho que vivem do outro lado do oceano. A distância é afetiva. É mais importante dar check in no cinema e postar uma foto com o balde de pipoca do que assistir o filme. Temos tanta urgência em exibir nosso divertimento com os amigos que não prestamos (total) atenção no que eles dizem.
As redes sociais também tem o curioso efeito do distanciamento ideológico. Você passa a amar ou detestar alguém pelo o que ele posta na rede. Eu, por exemplo, adoro conversar. Falo pelos cotovelos, às vezes faço trocadilhos infames e sou meio arrogante, mas faço um delicioso bolo de cenoura com chocolate. Então, se você vem na minha casa, tem acesso ao pacote completo e talvez seja mais agradável saber minha opinião sobre o direito dos animais com a barriguinha cheia de bolo do que ler textão no Facebook.
As pessoas são várias coisas e não somente o que elas decidem mostrar na Internet. Por isso, antes de deletar uma pessoa da sua vida, vá tomar um café com ela. De repente ela só precise ser deletada da sua vida virtual.




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